Thursday, June 09, 2005

A realidade será “absolutamente concreta” ou imaginação?

Penso que o “penso, logo existo” é uma corrente filosófica demasiado extremista, embora tenha as suas razões (algumas). “Existir, antes de pensar” também penso que não é nem pouco mais ou menos a “verdade”, é uma corrente filosófica que serve demasiado os interesses das ciências, por vezes ignorando alguns aspectos que nos deixam a pensar “será que isto é mesmo assim?”.Na minha opinião, Descartes têm alguma razão quando afirma “penso, logo existo”, pois senão concordam vejam o meu ponto de vista. Pensem em coisas do dia-a-dia, nas quais nós não pensamos a maioria das vezes, vejam por exemplo um automóvel azul. Eu vejo o automóvel azul, mas será que outra pessoa qualquer não vê uma cor diferente mas lhe chame o mesmo nome (azul), embora veja talvez cores bastante diferentes, isto devido a aprendizagem ser universal, isto é, todos os alunos ao olharem para tal cor, lhe dão o mesmo nome, embora vejam coisas completamente distintas na sua imaginação. É que ao olhar estamos, provavelmente, a ver coisas diferentes, nada me nega que a outra pessoa está a ver uma coisa diferente do que mentalmente eu visualizo.Descartes também tem razão (relativa) quando diz que o resto do mundo não é nem mais, nem menos que imaginação, pois se o mundo não fosse imaginação como diríamos que um cego existe? Se este não vê a sua realidade, se é que ela existe, porque haveremos de afirmar que existo primeiro, antes de pensar? Eu penso que para um cego, sem a sua imaginação, jamais haveria realidade, porque parte-se deste pressuposto: Um cego, que não vê absolutamente nada, não pode ver a “realidade”, logo têm de imaginá-la usando os seus outros sentidos, mas acima de tudo está a sua imaginação que lhe permite “ver” a sua realidade. Portanto podemos afirmar que “penso, logo existo”. E para além disto já pensaram que os sentidos como o tacto, visão, etc…etc, podem ser eles mesmo imaginação, ou acham que nós sentimos as coisas por obra e graça do espírito santo?É o seguinte, na minha opinião, a realidade não passa de imaginação pois diferentes animais também têm diferentes visões, para não falar da possibilidade de seres humanos terem diferentes “aparelhos” de visão (olhos, mas referindo-me à visão). Uma coisa é certa, diferentes mentes, diferentes visões filosóficas. Mas Descartes erra quando pensa que tudo é submetido à sua imaginação, pois se fosse assim ele teria tudo o que queria, isto é, faria com que os outros, todos, acreditassem na sua ideologia sobre a existência do Homem ("penso,logo existo"), tal como nós no nosso dia-a-dia teríamos a miúda que desejamos, o carro que desejamos, a casa, etc.

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