Tuesday, October 24, 2006

Ao génio adormecido

Da inércia das ondas suaves,
do oceano dourado,
que se estende para todo o lado,
vejo voarem as aves,
como que flutuando
na acalmia dos ventos.

Enquanto vou caminhando,
recordo toda a sobriedade doutros momentos.
Destes apenas espero guardar
as lições pregadas pelo desalento.
Do raiar do sol que esperei,
nasceu mais fumo negro.

Dias cinzentos, sem dúvida.
É esperar que melhores venham,
e que com o apagar da esperança de hoje
se aprenda a projectar o futuro d’outra forma.
Deixar que o vento fale, o fogo inflame,
o mar se revolte, e a terra se revolva num enorme terramoto.

Deixarei que os elementos falem,
quando for o momento de acordar.
Eles que se manifestem,
ao invés da Heliocentrismo do qual sofro.

Wednesday, October 04, 2006

O dia em que te perdi.

Já choveu e fez sol e está prestes a chover novamente, assim funciona a natureza, o mundo, a vida...uma poça aqui e acolá, lama de um lado ou de outro, as folhas lá vão caindo, passam horas, dias, semanas, meses, anos e ainda sinto aquela sensação de não existência, ou melhor, sei que existo mas não vivo, permanece o vazio, nada existe à minha volta e o presente não se torna realidade, apenas um acontecimento que daqui a 5 minutos tornar-se-á passado.
Se me senti viva? Sim, uma vez, quando te perdi...
Há coisas das quais não me consegui abstrair e ao aterrar na dura superfície terrestre troquei de dores...trocar uma dor infinita por uma dor física.
Lamento a incapacidade da despedida...justifico-a com a apatia existente em mim face ao mundo em que coabito.


A ti avô...