Monday, September 17, 2012

Chupistas

Num momento de forte contestação social ao governo Português pelos mais variados motivos que cada um de nós poderá ter, venho-vos escrever para que não cuspam para o ar, pois pode cair em cima de vocês mesmos. Eu próprio sou o primeiro a assumir que poderei vir a fazê-lo, mas não posso deixar de ficar indignado quando uma destas escarretas que foi atirada para o ar me cai em cima da testa e escorre para os olhos, cheia de uma gosma amarelada.
Todos nós contestamos as medidas de austeridade que o governo está a aplicar, mas não é sobre essas medidas que hoje me digno a escrever estas breves linhas. Não, não sou fascista e não apoio as medidas, simplesmente apetece-me dissertar sobre outra temática relacionada. Uma das coisas que foi bastante criticada recentemente por grande parte dos portuguesinhos é o facto dos ministros passarem a vida a viajar por curtos períodos de tempo para o estrangeiro para fazer sabe-se lá o quê. Fala-se dos milhares de euros que se gastam nestas viagens, mas a verdade é que o que não faltam aí são chupistas que fazem precisamente a mesma coisa e vão fazer bem menos do que estes ministros. Estes chupistas, que chupam o dinheiro dos mais diversos fundos e fundações, servem-se destes para fazerem autênticos passeios do "fazer nada e fingir que se faz alguma coisa de muito importante", quando na verdade nada mais se faz do que chupar. Portanto, quando se cospe para o ar que o ministro Paulo Portas foi para o Brasil gastar o dinheiro dos contribuintes, que pensaria a opinião pública se soubesse que o mesmo fazem muitos outros? E, não, estas viagens não são poucos dispendiosas. E não é tudo. O dinheiro que recebem pela viagemzinha de "não fazer um cu" é superior ao dinheiro que gastam. Quero dizer com isto, que não são apenas os ministros que gastam o dinheiro ao Estado com estas viagens, mas também uma boa quantidade de chupistas espalhados por os mais diversos tipos de instituições e fundações, com os quais estou plenamente de acordo que o governo as feche, para cortar as pernas a estes chupistas.
Mas pior é que estes chupistas, não se ficam por chupar viagens ao estrangeiro. Existe todo um ciclo dentro destas fundações e instituições que consiste num ciclo vicioso de chupadelas. Mas o mais revoltante é que quanto mais chupista alguém for, "melhor" será, melhor estará e melhor será o seu vencimento. Situação esta que nos leva recorrentemente a que quem esteja a frente das nossas insituições sejam chupistas. Os jovens portugueses não emigram apenas porque não há emprego, emigram também porque o emprego que há não passa de um conjunto de interesses de uns velhos mafiosos e de uns lacaios de língua sempre pronta para o que der e vier, e no qual se quiserem ingressar têm de dar uso também as suas línguas já mais que secas pelo desgaste duma curta vida, recheada de amarguras.

Thursday, September 13, 2012

E a Cocologia continua...

No outro dia deitei-me a pensar que devia levantar-me e peidar-me. Dilatar as bordas numa rasgada Sinfonia e rir enquanto o gás fluía suavemente para fora do meu ser. Nem sempre é fácil e as adversidades são imensas. Por vezes, o gás sai com molho e é necessário recorrer ao papel. Outras vezes, menos comummente, o gás fica contido, inibido por algum motivo oculto, libertando os tais pequenos "puns". Mas, ainda assim, é uma sensação de libertação que creio que faz tudo valer a pena e faz lembrar que afinal a vida não é feita de apertos.
Apesar de recente, este meu interesse pela Cocologia, tem-se do revelado reconfortante e inspirador nesta caminhada para a Luz. Retirar o que há em mim da Escuridão e trazê-lo para a Luz do dia tem sido uma das experiências mais reveladoras da minha vida, e que quero continuar a partilhar com as infelizes pessoas que têm a (redundante) infelicidade de ler estes textos de autêntica diarreia cerebral.

Sunday, September 02, 2012

IEFP... um ano depois

Olá leitores, após uns anos sem escrever e tendo em conta que alguém decidiu por o blog a mexer decidi partilhar a minha experiência enquanto desempregada inscrita no Centro de Emprego há mais de um ano.
Com que finalidade fui inscrever-me? Bem, sobretudo porque quando acabei o curso queria arranjar um estágio profissional e achei que era essencial fazer a inscrição, para além de que a probabilidade de encontrar emprego seria maior...
Desfeitas as ilusões depressa percebi que não era bem assim que as coisas iriam funcionar. E cá vai a história:
Uns meses após a inscrição recebi uma sms (do Centro de Emprego) com uma oferta de emprego que apenas indicava um código e um número de telefone. Tentei ver no site o tal código e nada aparecia por isso lá tive de telefonar, era para um centro de explicações e pediram-me que fosse lá nesse mesmo dia para uma entrevista, mas a coisa ficou sem efeito uma vez que procuravam alguém que tivesse bases pedagógicas, conhecimentos sobre o novo acordo ortográfico, eu tenho formação em Ciências Sociais mas não sendo professora não achei que fosse o mais indicado, no final já me diziam que procuravam alguém que tivesse conhecimento das matérias leccionadas em matemática, físico-química, etc.
Mas esta experiência não fica por aqui, também já enviei candidaturas pelo site oficial do IEFP, tendo recebido cartas para me apresentar na entidade com essa tal carta ao final de 3 ou 5 dias (não me recordo bem) sob pena de a minha inscrição ser anulada por alguns meses...
Excusado será dizer que numa dessas candidaturas fiz uma viagem de Lisboa a Portel para entregar um papel (ingenuidade)... na minha boa fé de que me iriam entrevistar (qual quê) quando expressei a minha incredulidade à pessoa a quem dei o papel ela só sabia dizer "pois"... Pois? Mas eu fiz uma viagem desde Lisboa ao Alentejo a crer que iria fazer uma entrevista e entregar um papel... "mas só após analisarmos as candidaturas é que chamaremos para a entrevista"- respondeu. Ora suponho que não fui seleccionada...
Noutra situação a viagem foi mais curta, mas quando fui entregar o papelito ouvi o seguinte "Ah mas a pessoa já está seleccionada, já informámos o Centro de Emprego". Opá a sério? Pensei que após receberem todas as candidaturas é que fariam uma selecção.
E pronto... tem sido assim.
By the way, não arranjei o tal estágio profissional. Parece que temos de ser nós (candidatos) a fazer uma procura activa o que implica que o candidato a estágio tenha de enviar candidaturas espontâneas para as entidades onde pretende estagiar via carta ou via e-mail, conforme lhe der mais jeito ou mais económico que isto de estar desempregado não dá para andar por aí a gastar dinheiro que não se tem. Neste caso dos estágios profissionais patrocinados pelo IEFP, eu, na minha ingenuidade, achei que houvesse uma lista com as entidades que estivessem disponíveis a receber estagiários...nada disso! O processo é o seguinte: após enviarem a vossa candidatura espontânea, se a entidade vos quiser acolher é "ela" que se dirige ao IEFP com o vosso nome. Aquele caso da tal Vera Pereira e do anúncio publicado no site da Netemprego do IEFP, julgo que fosse exactamente isso. Será que só abrem concursos ou publicam anúncios de emprego para inglês ver?

Até agora estar inscrita no Centro de Emprego e Formação Profissional não me valeu de muito e a vocês? Partilhem a vossa experiência.