Fétido

Oh, como sou infeliz
rodeado destas grandes edificações
Oh, como me sinto cansado,
atordoado.

Que dores de cabeça!
Será do cansaço de exame?
Ou tonturas de quem sente os dias a passar,
sem os aproveitar?

Que surdo estou,
só ouço carros e indignos.
Indignos de serem até da sua própria Cristandade.
Ah, como bate, no peito, a saudade.

Saudade de ouvir,
ouvir coisas belas,
rodeado de coisas belas.
Mas afinal para onde foram elas?

Para onde os indignos não cheguem.

Sinto falta do canto matinal das aves rurais.
Levai, levai esta escumalha
para onde eu não os possa presenciar,
ou levai-me a mim para onde me possa amar.

Oh vontade minha que é feito de ti?
Onde está a força que tanto me impulsionava?
Este ar! Estrangula!
Envenena!