Saturday, July 28, 2012

Uma experiência de vida...

Decorreu algum tempo, desde a última vez que escrevi neste formato, contudo nunca disse que deixaria de o fazer porque era infeliz ou tinha diarreia crónica. Assim sendo, creio ser legítimo continuar a fazê-lo, apesar de entretanto ter desenvolvido alguns sentimentos que não consigo sentir, mas dos quais vou tentar falar neste texto.
Pois bem, descobri recentemente que tinha hemorróidas e que elas me impediam de defecar com facilidade. Como é que descobri? Creio que será melhor o leitor desconhecer, porque além de nojento, pode ser bastante embaraçoso para a minha pessoa. Como senão bastasse fui atingido por uma realidade, que só a experiência adquirida com anos de vida pode revelar: o cocó nem sempre é castanho. Existe todo um intervalo de cores que surpreenderiam o querido leitor, que me vão fascinar para todo o sempre. A partir do momento em que descobri esta gama de produtos que podem trazer tamanha felicidade, a minha vida nunca mais foi a mesma. Mas não termina por aqui. A gama de cheiros também foi uma revelação.
Foi a partir deste momento, que decidi que ia-me dedicar ao estudo do cocó como matéria prima para diversas actividades (cropofília, cropofagia... etc.). Este estudo do cocó vou chamar de Cocólogia, e esta define-se como o estudo fundamental do cocó. E não, isto não é uma conversa de merda. O cocó merece ser tratado com dignidade, a par de outras substâncias igualmente importantes  para a vida, como a água.
Além das minhas descobertas no campo da Cocólogia, investi um pouco na descoberta de novos horizontes depois de muito investigar o cocó. E eis que surgiu um maná no meio de todo um deserto: o xixi! O ouro que flui pela nossa uretra e bate no fundo da loiça com o tilintar da chuva a bater na janela. Para além de todas as gamas de cores que pode apresentar, o mais fascinante neste é o seu cheiro, que reflecte aquilo que ingerimos. Neste campo ainda estou pouco envolvido, mas estou a dar os meus primeiros passos no ramo e estou realmente fascinado. Uma experiência que vale a pena viver intensamente, como se fosse o meu último suspiro.
Não irei escrever mais sobre O Cocó e O Xixi, pois estas duas matérias são matérias que merecem ser tratadas com o devido respeito e não se deve invocar o seu nome em vão. Apenas nas horas de maior aflição (bolas! não consegui deixar de fazer rimar!).

Receita de sucesso

1 chávena de estupidez,
bem cheia
(não deixar meia),
2 colheres de parvoíce,
1 pitada de loucura,
dar uma leve fervura.

Quando atingir um aspecto satisfatório,
corte o bom senso às rodelas,
separe-o em duas panelas.
O resultado será uma polpa dura,

Junte a polpa ao refugado de maluquice
e terá uma agradável surpresa.
Sirva depressa,
pois este preparo é efémero.

Quando terminar tudo, repita.



Nota: Este texto poderia entitular-se "poema de auto-ajuda" dependendo do país no qual é lido

Thursday, July 26, 2012

Despida

Pele dourada
e estaladiça.
ideal para um dentada.

O teu aroma intenso,
embora menos que incenso,
faz-me querer-te cada vez que penso.

Não és doce,
porque doce é meigo.
És salgada e atrevida.

És quente,
e enquanto o fores serás desejada,
mas deixares de o ser,
és apenas mais uma.

Thursday, July 19, 2012

Congelado

Calor!
Onde estás Amor?
Não há dor,
ou qualquer clamor.

Apenas letargia,
falta de energia.
Congelada está a alegria,
até ser novamente Dia.

Restam os sonos,
no qual procurar os sonhos
que apenas o cronos
tornará novamente unos.

Tuesday, July 03, 2012

Mochileiros de profissão

Mochileiro, o que fazes?
Que fazes com essa mochila às costas?
Que levas nela?


Levo os sonhos
e esperança aos molhos
de grandes feitos.


Mochileiro, mochileiro!
O que ganhas com a tua profissão?


Ganho vontade de ganhar
Ganho conhecimento por iniciativa própria.


Mochileiro, mochileiro!
E de que vives?


Da boa vontade dos outros,
da mercê de outrens
e de tubarões estatais. 


Mochileiro, mochileiro!
Que direitos tens?


...


Mochileiro, mochileiro!
Que será feito de ti depois de largares essa mochila?


...


Mochileiro, mochileiro!
Será isso insegurança ou incerteza?

Sunday, July 01, 2012

A Arte

Surge a dor,
surge a vontade
de fazer com amor
e habilidade.

A vontade aperta
o desespero aumenta
até que cedemos
e abrimos as comportas do nosso ser ao mundo.

Começa a fluir,
a cair, a cair, a cair
por vezes batendo
outras mergulhando tão fundo.

Tão fundo e tão leve,
com a doçura de quem te teve.
Te teve e não te voltará a ter mais,
até que uma nova vaga bata no cais.