Um, dois, três.
Quantas asas partidas de uma só vez?
Liberdade caída pelo chão.
Que mortal alcatrão!
Um, dois, três...
Afinal são muitos mais.
E tudo parece esmagado por pés,
mas, no entanto, não é por isso que os matais.
Que máquina que nos aprisiona!
Que máquina que nos mata!
Nós que somos livres,
juntemo-nos,
numa fusão sem limite,
sem fim...
Livres, ó passaros atropelados,
ó maravilhas com asas.
Olha voam,
são livres!
Eu Amo-vos, livres aves.
Deixem-me juntar a vocês.
Oh, mas não!
Vocês são mais mal tratadas que eu.
Que raça esta que condiciona tudo.
Eles matam-vos, mas eu quero vos salvar.
Falta-me força, poder e presença,
para o fazer.
Será que posso misturar-me com vocês,
nessa imensidão, a que chamam de ar?
Será que devo?
Ou, será que o meu nome de Humano não vai conspurcar a coisa mais bela da natureza?
Voem, voem, voem.
Fujam, fujam, fujam.
Vão para onde não exista tanta Humanidade.
Não, não, não!
Vocês estão a tomar o caminho errado.
É para o campo que têm de ir,
para um recanto escondido e impenetrável,
longe dos olhares curiosos,
maldosos.
Deixem este ar para trás,
mas voem.
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