Friday, November 23, 2012

Crónicas da toca (Prólogo)

Era uma vez, um grupo de jovens ainda viçosos que se sentava para almoçar à hora de almoço, cerca das 13 horas, na cantina, quando tudo aconteceu. Martim numa das suas muitas divagações acerca dos dramas da sua vida, decide atirar para a mesa um dos seus comentários extremamente inapropriados para uma hora de almoço, particularmente atendendo a que o almoço era num local público. Desta vez, e para não variar, acerca do tamanho das línguas e das suas possíveis funcionalidades. Tomás, para sua grande surpresa, acabara de descobrir que tinha uma língua grande e bastante afilada, que segundo Moisés seria ideal para situações mais localizadas e pontuais, enquanto que Martim teria uma língua ideal para abocanhar tudo. Enquanto isso Joaquina roçava a perna na perna de Tomás, a pensar tratar-se da perna de Martim. Situação que Tomás fez questão de partilhar, por se sentir relativamente incomodado com a crescente tensão sexual, especialmente depois da conversa de línguas afiladas e abrangentes. Martim e Moisés ficaram cabisbaixos, pois ambos desenvolviam uma paixoneta por Joaquina e Tomás, respectivamente. Martim tinha desenvolvido essa paixoneta quando descobriu que afinal a Joaquina utilizava enchimento para fazer  o peito maior, cerca de 1 centímetro quadrado, que em seios inexistentes faz toda a diferença. Já Moisés tinha descoberto esta mesma paixoneta, no dia anterior, aquando de uma visita ao Departamento de informática, na qual tentou forçar Tomás a ficar à distância de uma língua. Poder-se-ia pensar que tanta promiscuidade os levaria certamente a sentirem-se desconfortáveis com a situação, mas a verdade é que tal não aconteceu.
Entre muitos piropos em locais públicos e conversas sobre cocó que transcendem o humanamente possível de imaginar, este grupo de jovens tinha embarcado numa espécie de aventura social ao alistar-se para trabalhar (juntos) sob a alçada de Jestrudes da Silva. Jestrudes da Silva nesse mesmo dia, estava preocupada, para não variar, com o trabalho que não era capaz de fazer e portanto mais uma vez e, para não variar também, exigia a Moisés e Tomás que o fizessem. A título de exemplo uma das tarefas consistia em retirar uma vírgula de um determinado texto, por conversa telefónica. Por seu lado Martim trabalhava no mesmo grupo embora sob uma alçada diferente, mas num contracto de moldes relativamente semelhantes. Ao mesmo tempo, em que Moisés e Tomás trabalhavam no trabalho dos outros, Joaquina e Martim dissertavam sobre como colocar um ficheiro de 3,2 GB num CD de 700 MB.
É neste entrelaçamento de vontades e ideias completamente aleatórias e, ainda assim, próprias, oprimidas pelo regime ditatorial, que estes jovens vão vivendo o seu quotidiano, em tempo de crise social e económica, no qual esta história se irá desenrolar.

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