Sunday, September 02, 2012

IEFP... um ano depois

Olá leitores, após uns anos sem escrever e tendo em conta que alguém decidiu por o blog a mexer decidi partilhar a minha experiência enquanto desempregada inscrita no Centro de Emprego há mais de um ano.
Com que finalidade fui inscrever-me? Bem, sobretudo porque quando acabei o curso queria arranjar um estágio profissional e achei que era essencial fazer a inscrição, para além de que a probabilidade de encontrar emprego seria maior...
Desfeitas as ilusões depressa percebi que não era bem assim que as coisas iriam funcionar. E cá vai a história:
Uns meses após a inscrição recebi uma sms (do Centro de Emprego) com uma oferta de emprego que apenas indicava um código e um número de telefone. Tentei ver no site o tal código e nada aparecia por isso lá tive de telefonar, era para um centro de explicações e pediram-me que fosse lá nesse mesmo dia para uma entrevista, mas a coisa ficou sem efeito uma vez que procuravam alguém que tivesse bases pedagógicas, conhecimentos sobre o novo acordo ortográfico, eu tenho formação em Ciências Sociais mas não sendo professora não achei que fosse o mais indicado, no final já me diziam que procuravam alguém que tivesse conhecimento das matérias leccionadas em matemática, físico-química, etc.
Mas esta experiência não fica por aqui, também já enviei candidaturas pelo site oficial do IEFP, tendo recebido cartas para me apresentar na entidade com essa tal carta ao final de 3 ou 5 dias (não me recordo bem) sob pena de a minha inscrição ser anulada por alguns meses...
Excusado será dizer que numa dessas candidaturas fiz uma viagem de Lisboa a Portel para entregar um papel (ingenuidade)... na minha boa fé de que me iriam entrevistar (qual quê) quando expressei a minha incredulidade à pessoa a quem dei o papel ela só sabia dizer "pois"... Pois? Mas eu fiz uma viagem desde Lisboa ao Alentejo a crer que iria fazer uma entrevista e entregar um papel... "mas só após analisarmos as candidaturas é que chamaremos para a entrevista"- respondeu. Ora suponho que não fui seleccionada...
Noutra situação a viagem foi mais curta, mas quando fui entregar o papelito ouvi o seguinte "Ah mas a pessoa já está seleccionada, já informámos o Centro de Emprego". Opá a sério? Pensei que após receberem todas as candidaturas é que fariam uma selecção.
E pronto... tem sido assim.
By the way, não arranjei o tal estágio profissional. Parece que temos de ser nós (candidatos) a fazer uma procura activa o que implica que o candidato a estágio tenha de enviar candidaturas espontâneas para as entidades onde pretende estagiar via carta ou via e-mail, conforme lhe der mais jeito ou mais económico que isto de estar desempregado não dá para andar por aí a gastar dinheiro que não se tem. Neste caso dos estágios profissionais patrocinados pelo IEFP, eu, na minha ingenuidade, achei que houvesse uma lista com as entidades que estivessem disponíveis a receber estagiários...nada disso! O processo é o seguinte: após enviarem a vossa candidatura espontânea, se a entidade vos quiser acolher é "ela" que se dirige ao IEFP com o vosso nome. Aquele caso da tal Vera Pereira e do anúncio publicado no site da Netemprego do IEFP, julgo que fosse exactamente isso. Será que só abrem concursos ou publicam anúncios de emprego para inglês ver?

Até agora estar inscrita no Centro de Emprego e Formação Profissional não me valeu de muito e a vocês? Partilhem a vossa experiência.

2 comments:

A_Renascer said...

A minhha experiência com o centro de emprego é a seguinte: "Devias estar inscrito". Porquê? Porque aparentemente a segurança social está a pedir reembolso do abono de família que me voltou a dar após ter cessado contrato de trabalho e pedido novamente este mesmo "abono". Curiosidade das curiosidades agora vêm pedir o reembolso de todas as mensalidades que foram pagas, após a "renovação" do dito abono, depois de ter apresentado na segurança social um documento de cessação de contrato de trabalho de 1 mês e meio. Ingenuidade a minha também, não fiquei com qualquer comprovativo em como estive no local, e aparentemente "não me inscrevi no centro de emprego" e é por estes motivos que eles se sentem compelidos a chular mais um bocadinho.

O teu tema em concreto é bastante curioso, porque raio é preciso uma entidade na qual se investe tanto dinheiro em salários e outras despesas, se não é funcional? Certamente não será pela enorme presença que os centros de emprego têm na vida do país que o desemprego está como está. Mais... privatiza-se tanta coisa sem qualquer sentido, porque não privatizar mais essa?
A verdade é que só se privatizam empresas do estado que dêem lucro absurdo para "os ricos serem cada vez mais ricos, e os pobres cada vez mais pobres". A filosofia tem sido invariavelmente esta, independemente de ser o PSD ou PS ou BE ou o raio que parta...

A_Renascer said...

E já agora... muito bem-vinda (novamente!) :)